sábado, 14 de julho de 2007

Nas telinhas – 24 Horas, CSI e Friends

Edição passada as séries inteligentes e envolventes predominaram. Dessa vez, abordaremos três diferentes estilos de seriado. A ação estará em evidencia juntamente com o suspense e o tão assistido estilo americano de comédia. “24 Horas”, “CSI – Crime Scene Investigation” e “Friends”, são destaques em cada um de seu gênero, sendo a primeira citada o ponto alto das recentes inovações propostas para as telinhas.

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Damn it!

Os seriados de ação andavam meio de lado. Não que tivessem parado, mas depois de vários sucessos, quando esse estilo conquistou o mundo todo, nada de inovador aparecia mais. Era sempre o desenvolvimento almejando chegar bem (ou não) à ação final, sem criar mais pontas ou enriquecer personagens e elementos. Eis que surge Jack Bauer (Kiefer Sutherland) e sua capacidade incrível de resolver problemas magnânimos em apenas 24 horas.

A inovação principal da série está bem figurada no seu título: “24 Horas”. Cada episódio é uma hora do dia do agente da CTU (sigla em inglês para Unidade Contra Terrorista – UCT, no Brasil) Jack Bauer. Tudo acontece praticamente em tempo real, com uma narrativa sempre linear, e o roteiro se distribuindo em diferentes núcleos, sempre tendo como base o núcleo ação/drama de Bauer. Certas vezes a série foca-se nas atividades dos agentes da CTU, como em outras vezes foca-se nas ações dos terroristas e, como se não bastasse, também nas reações do governo federal.

Como a série clama muito pela ação, demonstrando cenas espetaculares para o gênero (responsável por altos orçamentos em comparação a outras séries), alguns confundem o seu verdadeiro cunho. De fato é uma série de ação - com muitas pronuncias fortes da palavra “damn it” (quer dizer em português algo como: “droga!”) - mas com o passar das temporadas vemos que é, acima de tudo, um drama muito bem amarrado. Ao passo que as temporadas vão se apresentado há uma maior abordagem da vida complicada (e amaldiçoada, diga-se de passagem) do agente contra-terrorista. Aí está o outro ponto de destaque da série. Não é a toa que já ganhou Emmy (o Oscar da TV) como Melhor Série Dramática pela quinta temporada.

Apesar de tudo girar em torno do agente, como disse anteriormente, a série cria núcleos, onde vários personagens viram inesquecíveis para os fãs. Toda a temporada há sempre um ou mais personagens além de Bauer que passamos a admirar. A cada dia na vida de Jack Bauer (entenda-se como: a cada temporada) um personagem muito interessante também é apresentado.

Também notável na série é a facilidade que os responsáveis tem em matar os personagens, até os mais adorados pelos espectadores. Não se assuste se, quando você gostar muito de um determinado papel, ele simplesmente desapareça com uma morte dramática ou, se duvidar, simples e direta.

Ao contrário do que possa parecer, houve ao longo das seis temporadas um processo de maturação da trama. Em vez de cair no estereotipo americano de se fazer ação, a série evoluiu bastante e teve seu ápice na quinta temporada – onde mais morreram personagens queridos e onde o roteiro teve muitos elementos novos com relação à temporadas passadas. Além do roteiro e dos moldes da série, a estrela-mor da série, Kiefer Sutherland, vem cada vez mais melhorando o personagem Jack Bauer.

Sendo um divisor de águas no âmbito dos seriados, “24 Horas” não pode deixar de ser conferida pelos amantes do bom gênero ação e drama, mas comece a acompanhar rápido, pois não há limites para Jack Bauer.

- Box 24 Horas: 1ª Temporada - 6 DVDs
- Box 24 Horas: 3ª Temporada - 7 DVDs
- Box 24 Horas: 5ª Temporada - 7 DVDs

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Entrando na cena do crime!

Só assistindo “CSI – Crime Scene Investigation” (“Investigação Criminal”, aqui no Brasil) para entrarmos em uma cena do crime, ultrapassando aquela faixa amarela. “CSI” é o maior sucesso do gênero policial das séries norte-americanas dos últimos tempos. O sucesso do seriado é tão grande que teve até alguns derivados diretos. A série original (da qual falaremos nessa matéria) se passa em Las Vegas, e outras duas se passam em Miami e Nova Iorque.

O ponto forte da série é o fato de mostrar bem o dia-a-dia dos investigadores criminais. Os episódios seguem um roteiro base, aonde primeiro mostra-se a apresentação da cena do crime, depois quem serão os investigadores resignados, o desenrolar apresentando os suspeitos – durante esse tempo tem todo o processo investigativo tanto laboratorial quanto de campo - e, finalmente, mostra-se o culpado do crime e como este fora feito.

Apesar de ser uma ficção, a série esbanja qualidade ao falar de um assunto que muito precisa andar ao lado da verdade. Não é só criar casos de morte ou assalto e sair falando sobre, tem que ter bons argumentos – inclusive, alguns casos reais da polícia de Las Vegas, que já foram resolvidos em vida real e tiveram a devida liberação, foram adaptados em um ou outro episódio, além também de objetos que são comumente utilizados pela polícia técnica dos Estados Unidos também foram levados para a trama do seriado.

Valido também é o fato de se aprofundar os personagens, por mais que o principal de cada episódio seja como certo crime foi operado e por quem. Sempre que necessário apresenta-se um pouco da vida fora do trabalho da equipe de CSIs que fizeram muitos se tornarem fãs da série.

Essa equipe dos CSIs de Las Vegas - mais especificamente a equipe noturna - é liderada por Gil Grissom. Personagem espetacularmente vivido pelo ator William Petersen. A atuação de William é, sem dúvidas, o outro ponto forte do seriado. Para se ter idéia, às vezes quando são dadas algumas “férias” a Gil, a série cai drasticamente de nível. Outro personagem bastante interessante também – esse por conta não do ator, mas das falas que lhes são dadas - é o Capitão Jim Brass (Paul Guilfoyle). Sempre que aparece Jim joga uma de suas tiradas irônicas, sobretudo nos momentos mais inusitados de uma investigação.

Depois de sete temporadas, muitos acham que “CSI” tornou-se repetitiva. Isso realmente aconteceu pode ser percebido, mas depois de se apaixonar nas três primeiras temporadas, fica difícil largar o seriado facilmente. Além disso, vira e mexe, os produtores encontram novas situações para esse problema. Como exemplo, um episódio de final de temporada (que chamam no mundo das séries de season finale) de uma hora foi dirigido por Quentin Tarantino (competente diretor de “Kill Bill I e II”, “Pulp Fiction” e etc). Ele foi assistido por mais de 40 milhões de pessoas, fazendo dela um dos programas mais assistidos da história. O episódio, totalmente a cara de Tarantino, é brilhante, principalmente por colocar de forma inteligente um dos CSIs como vítima.

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How you doooing!?

O glorioso seriado “Friends” gira em torno da vida de seis amigos que moram em Nova Iorque, no bairro de Greenwich Village. Do sexteto, alguns vivem no mesmo prédio ou moram próximo. Apesar de serem lá de Nova Iorque, o passar das dez temporadas esses seis amigos se tornaram milhões espalhados por todo o mundo, de norte a sul e leste a oeste.

A receita de “Friends” é muito simples. Os episódios mostram o jeito americano de ser, sempre abordando acontecimentos estereotipados da vida, pois fica difícil algum de nós não ter passado por algumas coisas das quais os nossos seis queridos friends passaram.

Dentre os seis personagens, é muito pessoal dizer quem é o melhor. Mas é fato que a veia humorística de Matthew Perry faz de Chandler Bing um dos personagens mais queridos. Não há um episódio sequer que Chandler não nos roube alguma risada. Sem nem ao menos sabermos com o que Chandler trabalha (eu acho que ele é analista de sistemas), já sabemos de antemão que ele odeia seu emprego. Suas piadas são baseadas no sarcasmo e, por conta disso, elas sempre aparecem certas, entretanto nas horas completamente erradas, se é que você me entende. Sem falar também em seus frustrados relacionamentos amorosos, que só passam a ser resolvidos (ou não) até ele ficar com Monica (brilhantemente interpretada por Courteney Cox).

Apesar de eu aprofundar somente em Chandler por ser o que escolhi como favorito da série, cada um dos integrantes mantém uma característica marcante. Chandler, como já foi dito, é o piadista sarcástico; Ross Geller (David Schwimmer) o perfeccionista, mas que nada dá certo em sua vida; Monica Geller, irmã de Ross, é neurótica por limpeza e sempre quer ser a dona da verdade; Rachel Green (Jennifer Aniston) a típica patricinha americana; Phoebe Buffay (Lisa Kudrow) a vegetariana totalmente nonsense; e o ator frustrado Joey Tribbiani (Matt LeBlanc) que passa longe de ser uma pessoa notável pela inteligência.

“Friends” é uma das séries mais assistidas no mundo. Para se ter idéia de como o seriado realmente obteve sucesso, ao fim da décima temporada cada um dos seis atores recebia US$ 1 milhão por episódio. Propagandas nos intervalos do episódio final, que atraiu uma audiência de mais de 52 milhões de espectadores, custaram em média US$ 2 milhões a cada trinta segundos. Além de outras coisas mais que a franquia conquistou.

Como na retórica da vida tudo que é bom dura apenas um tempo finito, dez anos não foi bastante convivendo com os seis adorados personagens e, até hoje, a saudade comove um grande número de fãs, como eu, por exemplo. Escrever sobre a série é um grande martírio para minha memória tão rica de boas lembranças desses tempos que não voltam mais.

Espero que tenham gostado de mais uma edição dessa seção. Em breve voltaremos com mais três séries sendo aqui analisadas. Caso a resposta seja satisfatória, passaremos a fazer resenhas episódio por episódio de algumas séries que estejam fazendo sucesso.

- Box Friends - 1ª Temporada- 4 DVDs
- Box Friends - 2ª Temporada- 4 DVDs
- Box Friends - 3ª Temporada- 4 DVDs
- Box Friends - 4ª Temporada- 4 DVDs
- Box Friends - 5ª Temporada- 4 DVDs
- Box Friends - 6ª Temporada- 4 DVDs
- Box Friends - 9ª Temporada- 4 DVDs
- Box Friends - 10ª Temporada- 4 DVDs

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