sexta-feira, 20 de julho de 2007

Especial: Jack Black

Comediante nato, músico, rockeiro de carteirinha, e agora, um grande nome de peso em Hollywood. Jack Black é um típico exemplo de ator que com certeza, você já viu atuando em algum filme, mas não se lembra do seu nome. Ele já atuou em diversas produções consagradas - sempre como coadjuvante - mas só agora nos últimos anos, vem ganhando o reconhecimento merecido, graças não só sua exímia veia cômica, mas seu talento generalizado.

Nascido em Santa Monica, Califórnia, Black cursou a Universidade da Califórnia em Los Angeles. Começou sua carreira profissional nos palcos em uma produção de Tim Robbins, de Carnage, no Festival de Edinburgh Fringe em 1989. Continuou a colaboração com Robbins ao longo de sua carreira, estreando no cinema na sátira política do diretor “Bob Roberts”, em 1992, no filme de mesmo nome. Black também retomou a parceria com Robbins em “Os Últimos Passos de um Homem”, de 1995. Em ambos os filmes, tinha papéis pequenos.


Em “Bob Roberts”, Tim Robbins vive um candidato da direito ao Senado pela Pensilvânia. Ele é um cantor folk de bastante sucesso, que possui vários clips na MTV e cujo carisma popular arrebata multidões de fãs. Em meio à campanha Bob não se faz de rogado ao aplicar golpes baixos contra seu rival nas urnas, Brickley Paiste (Gore Vidal), que o acusa de ser o mais perfeito fruto de tudo o que deu errado nos Estados Unidos.

Já em “Os Últimos Passos de um Homem”, conta a história de uma freira católica (Susan Sarandon) que passa a ser a guia espiritual e a lutar pela vida de um homem (Sean Penn) que espera ser executado a qualquer momento, por ter assassinado dois adolescentes, sendo que uma das vítimas foi uma jovem que foi estuprada antes de morrer.

Black também atuou em “Waterworld – O Segredo das Águas”, de 1995, filme que não só foi um tremendo fracasso de bilheteria e crítica, como afundou a carreira de Kevin Costner, que dirigiu e estrelou o filme. Nesse desastre da história do cinema, Black está irreconhecível na pele de um piloto rebelde. O filme, que é na verdade um “Mad Max” das águas, mostra como seria o futuro, quando o mar invadir toda a superfície da Terra e os homens lutarem entre si por um pouco de água potável e comida.

Seguiu fazendo papéis de coadjuvantes em filme como “O Pentelho”, de 1996, outro fracasso de bilheterias e críticas, estrelado por Jim Carrey e Mathew Broderick. Na história, Steven (Matthew Broderick), após romper com sua namorada, consegue um novo apartamento e oferece 50 dólares ao instalador da TV a cabo (Jim Carrey) para que instale determinados canais de graça. Deste momento em diante o instalador, um sujeito muito solitário que quer desesperadamente um amigo, cola no seu pé e provoca uma série de transtornos na sua vida pessoal e profissional. Black interpreta o melhor amigo do personagem de Broderick, que faz de tudo para desmascarar o instalador de TV a cabo, vivido por Carrey.

Black continuou sua rotina de atuar em filme de médio ou grande porte, sempre como coadjuvante. Atuou em “Estranha Obsessão” (1996), filme estrelado por Robert De Niro e Wesley Snipes, “Marte Ataca” (1996), uma divertida comédia sobre extraterrestres dirigida por Tim Burton e “O Chacal” (1997), estrelado por Bruce Willis e Richard Gere. Em “O Chacal”, Bruce Willis vive um famoso terrorista e assassino que é contratado por setenta milhões de dólares para cometer o assassinato de um influente político americano. No entanto, existe um membro preso do IRA (Richard Gere) que é a única pessoa viva que conhece o rosto deste frio e temível assassino e tem motivos particulares para ajudar na perseguição. Black interpreta Lamont, o fornecedor de armas do assassino vivido por Willis.

Após uma participação no terror adolescente “Eu Ainda Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado” (1998), Black atuou também no eletrizante thriller “Inimigo do Estado”, de 1998. Dirigido por Tony Scott (“Top Gun”), o filme mostra um advogado (Will Smith) que recebe um vídeo que denuncia um poderoso oficial da CIA e passa a ser perseguido implacavelmente por agentes, que colocam sua vida em perigo.

Aos poucos, Black começava a chamar a atenção dos cineastas por seu talento exótico, e em “Alta Fidelidade” (2000), ele mostrava que aquele mero coadjuvante logo logo estaria atraindo os olhares dos grandes estúdios e diretores. A história trás John Cusack como Rob Gordon, o dono de uma loja de música à beira da falência, que apenas vende discos em vinil. Azarado no amor e ao mesmo tempo uma enciclopédia ambulante sobre música pop, os caminhos da vida terminam por levá-lo a analisar suas escolhas e prioridades, fazendo com que alcance a maioridade. Black interpreta um amigo do personagem de Cusack, que em determinados momentos do filme, aproveitar para mostrar outra grande vocação sua: cantar. Jack Black é vocalista e guitarrista da banda Tenacious D.

Em 2001, ganhou um papel de destaque na comédia “Mulher Infernal”, onde nele, ganhou o seu primeiro US$ 1 milhão de cachê. Neste filme, Black novamente expõe seus talentos musicais. Ah, a história: Darren Silverman (Jason Biggs), J.D. (Jack Black) e Wayne (Steve Zahn) têm uma banda e são amigos de longa data. O primeiro deles não tem muita sorte no amor, por isso, seus amigos arranjam para ele um encontro com Judith (Amanda Peet), a garota dos seus sonhos. Desta vez, as coisas dão certo, Darren se apaixona, o namoro segue firme e os dois planejam se casar. O problema é que a moça faz com que a banda acabe se desintegrando. J.D. e Wayne, enfurecidos, farão de tudo para separar o casal.

Em 2001, conseguiu seu primeiro papel de protagonista na comédia “O Amor é Cego”, dirigida pelos irmãos Bobby e Peter Farrely (responsáveis por “Quem Vai Ficar com Mary?” e “Debi & Lóide”). O nome de Gwyneth Paltrow pode até vir primeiro nos créditos, mas é Black quem garante à comédia os melhores momentos de humor devido seu enorme carisma. Na trama, ele vive um homem que segue à risca o conselho de seu pai e apenas se interessa por mulheres que tenham um físico perfeito. Mas tudo muda quando ele por acaso se encontra com um guru de auto-ajuda que o hipnotiza e faz com que ele apenas possa visualizar a beleza interior das mulheres, em detrimento de seu físico. Sem saber que está sob o efeito de hipnose, Hal então se apaixona por Rosemary (Gwyneth Paltrow), uma mulher obesa que é vista por ele como se fosse uma verdadeira deusa.

Em 2002, atuou na comédia "Correndo Atrás do Diploma", roteirizada por seu parceiro Mike White. Com um papel de destaque, mais uma vez Black roubou a cena, ficando a cargo dele os melhores momentos proporcionados pelo filme. Sinopse: Após descobrir que teve seu pedido para ingressar na Universidade de Stanford recusado devido a um erro da direção de sua escola, um jovem busca consertar o problema em apenas 24 horas, tempo que tem disponível para reverter a situação.

Em 2003, estrelou o seu projeto mais pessoal e tirou de vez dele a imagem de "eterno coadjuvante". O filme é "Escola de Rock", dirigido por Richard Linklater, e roteirizado novamente por seu amigo do peito, Mike White. White, o antigo vizinho de Black, escreveu o roteiro especialmente para ele, que andava constantemente de cueca pela casa e adorava rock´n roll. Esse é Dewey Finn, personagem de Black em "Escola de Rock", ou melhor dizendo, esse é o prórpio Jack Black. Unindo suas duas paixões (interpretação e música) ele dá início com esse filme seus planos de dominação global. No filme, ele interpreta Dewey Finn , um músico que acaba de ser demitido de sua banda. Cheio de dívidas para pagar e sem ter o que fazer, ele aceita dar aulas como professor substituto em uma escola particular de discilipla rígida. Logo Dewey se torna um exemplo para seus alunos, sendo que alguns deles se juntam ao professor para montar uma banda local, sem o conhecimento de seus pais. De um filme estrelado por crianças, geralmente não podemos esperar grandes coisas, por mais que "Escola de Rock" pareça uma sessão da tarde (onde com certeza estará daqui a alguns anos), o filme é uma verdadeira aula sobre rock. Para quem não conhece muito o rock e pretende começar a curtir, assistir a "Escola de Rock" é uma escolha mais do que acertada. - Por esse filme, recebeu uma indicação ao Globo de Ouro, na categoria de Melhor Ator - Comédia/Musical.

Em seguida, atuou no pouco visto "A Inveja Mata", ao lado de Ben Stiller, lançado diretamente em vídeo no Brasil. Tim (Ben Stiller) e Nick (Jack Black) são vizinhos, trabalham juntos e são também grandes amigos. Porém a amizade entre eles fica abalada após um dos planos mirabolantes de Nick, o "Evaporizador", um spray que faz com que fezes de cachorro ou qualquer outra porcaria simplesmente seja evaporado no ar, comece a fazer um grande sucesso. O problema é que Tim recusou a proposta de Nick de formar uma sociedade com ele para negociar o produto, justamente por não acreditar em seu sucesso, e agora tem que aturar o enriquecimento cada vez maior do amigo.

Em 2004, emprestou sua voz à animação da Dreamworks "O Espanta Tubarões", dublando o tubarão Lenny. A animação mostra a tragetória de Oscar (voz de Will Smith), um pequeno peixe que tem sonhos grandes, e se torna um herói involuntário após pregar uma grande mentira. Após ser perseguido pelo filho do tubarão-chefe, Oscar presencia sua morte. Querendo bancar o herói, ele assume a autoria do assassinato e, com isso, se torna uma grande celebridade no mundo aquático. Porém a situação se complica quando ele é designado para repetir a façanha, eliminando outros tubarões.

Agora, já como um nome de destaque em Hollywood, Black integra o elenco da superprodução "King Kong", dirigida por ninguém menos que Peter Jackson (da trilogia "O Senhor dos Anéis"), na pele do cineasta Carl Denham, que é na verdade, um papel feito como forma de homenagem a Orson Welles. Ele, um cineasta em apuros, convida uma atriz com problemas financeiros (Naomi Watts) para estrelar seu próximo filme. Eles partem rumo à Ilha da Caveira, que tem a fama de abrigar seres estranhos, entre eles, o famoso gorila gigante conhecido como King Kong. Curiosidade: A história de King Kong se passa em 1933, o mesmo ano em que a versão original foi lançada nos cinemas.

Em “Nacho Libre” ele viverá um padre mexicano (Black) que participa de lutas à noite para arrecadar dinheiro para manter um orfanato, mas ninguém pode suspeitar de sua identidade.

Unir cinema e rock é um sonho que Jack Black digere há anos. Desde que a HBO colocou no ar os primeiros quadros estrelados pela sua banda, a Tenacious D, o astro assume cada vez mais o lado músico. Em 2006, o astro chegará aos cinemas com o longa-metragem sobre sua banda, chamado “Tenacious D in: The Pick of Destiny”, mostrando Jack Black e Kyle Glass (seu companheiro de banda e roteirista do filme) seguindo pela estrada do rock para tornarem a Tenacious D a maior banda do mundo.

Em 2006, ele aparece em "O Amor Não Tira Férias", ao lado de nomes de peso como Jude Law, Cameron Diaz e Kate Winslet. Mostrando versatilidade, ele foge do estilo "comédia idiota" para dar vida a Miles, um emotivo criador de trilhas-sonoras de filmes, nessa criativa comédia romântica. Na trama, após sofrerem desilusões amorosas, duas mulheres (Kate e Cameron) de estilo de vida bem diferentes combinam de trocar suas casas temporariamente. A mudança faz com que elas encontrem novas paixões. No caso, Black vive o novo affair da personagem de Winslet.

Mostrando que realmente veio para ficar e é um nome para todos os estilos, ele retorna em 2007 no excêntrico filme "Be Kind Rewind", do cultuado diretor Michael Gondry ("Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças"). Na peculiar trama, Black vive um homem que se transforma quando tentava sabotar uma estação de força. Vira um campo magnético ambulante. Entre outros contratempos, ele acidentalmente apaga todas as fitas da locadora de vídeo de seu melhor amigo. Agora, o único jeito de salvar o lugar é encenar de novo todos os filmes que a única cliente da locadora, uma senhora de idade, aluga regularmente. Detalhe: alguns dos clássicos-de-locadora que serão reencenados são "De Volta para o Futuro", "Robocop", "A Hora do Rush 2" e "Os Donos da Rua". Isso sim é carga criativa nas costas de um ator!

Indo sempre contra o sistema, Jack Black passou de coadjuvante-rouba-cena para se tornar o primeiro comediante realmente em contato com a geração MTV. Quando a humanidade estiver escravizada, obrigada a ouvir Led Zeppelin e comer hambúrgueres três vezes ao dia, culpem um dos atores mais respeitados, politizados e sérios de Hollywood. Sim senhores, esse é mesmo Jack Black: um exemplo de grande ator, comediante, e mais um incentivador do bom e velho rock´n roll.



ATUANDO

  • Kung Fu Panda (Kung Fu Panda, 2008)
  • Margot at The Wedding (Margot at The Wedding, 2007)
  • Be Kind, Rewind (Be Kind, Rewind, 2007)
  • Tenacious D in: The Pick of Destiny (Tenacious D in: The ..., 2006)
  • Super Nacho (Nacho Libre, 2006)
  • Amor Não Tira Férias, O (The Holiday, 2006)
  • King Kong (King Kong, 2005)
  • Espanta Tubarões, O (Shark Tale, 2004)
  • Inveja Mata, A (Envy, 2004)
  • Escola de Rock (The School of Rock, 2003)
  • Era do Gelo, A (Ice Age, 2002)
  • Amor é Cego, O (Shallow Hal, 2001)
  • Alta Fidelidade (High Fidelity, 2000)
  • Eu Ainda Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado (I Stil..., 1998)
  • Pentelho, O (The Cable Guy, 1996)
  • Marte Ataca! (Mars Attacks!, 1996)
ESCREVENDO
  • Tenacious D in: The Pick of Destiny (Tenacious D in: The ..., 2006)
PRODUZINDO
  • Super Nacho (Nacho Libre, 2006)

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