sexta-feira, 25 de maio de 2007

Especial: Piratas do Caribe 3: No Fim do Mundo

SOBRE A PRODUÇÃO
O sucesso pode acabar se tornando um grande desafio... e, partindo de 'Piratas do Caribe: O Baú da Morte' (Pirates of the Caribbean: Dead Man's Chest), que faturou mais de US$1 bilhão no mercado internacional e posicionou-se em terceiro lugar entre os filmes, de todos os tempos, que mais faturaram, Jerry Bruckheimer e Gore Verbinski estavam absolutamente determinados a corresponder e superar as expectativas do público. "É assustador quando se faz um filme que é um sucesso tão grande", confessa Bruckheimer. "Você nunca tem certeza. Fomos contra a opinião geral de que um filme do gênero pirata, baseado em uma atração de um parque temático, pudesse fazer tamanho sucesso. Então nós voltamos com o segundo filme e, na nossa indústria, é sabido que uma seqüência terá um faturamento de 20 a 30% menor do que o primeiro filme. Mesmo assim, O Baú da Morte (Dead Man's Chest) fez mais do que o dobro que A Maldição do Pérola Negra (The Curse of the Black Pearl).

Bruckheimer atribui o enorme sucesso dos dois primeiros filmes Piratas do Caribe ao enorme e intenso volume de trabalho empreendido pelos cineastas, bem como ao talento dos dois lados da câmera. "Você começa com o roteiro, e Ted Elliott e Terry Rossio fizeram um trabalho brilhante, criando novos personagens e ambientes empolgantes onde pudessem trabalhar. Em seguida, adiciona-se a isso um diretor tão talentoso como Gore Verbinski, que conduziu o público em uma jornada tão eletrizante no primeiro filme e que conseguiu levá-lo ainda mais longe no segundo. E o que realmente faz tudo valer a pena é quando você vê atores como Johnny Depp, Keira Knightley, Orlando Bloom e Geoffrey Rush atuando em cenas que Gore, Ted e Terry trabalharam tão arduamente para criar, com personagens envolventes, engraçados, românticos e espirituosos. Foi preciso muito raciocínio, energia e tempo da parte de Gore, Ted e Terry para dar conta de concatenar todos esses personagens, situações e cenários fantásticos.

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"Então você vai para trás das câmeras", continua Bruckheimer, "com o desenho de produção de Rick Heinrichs, a fotografia de Darek Wolski, a trilha sonora de Hans Zimmer e o restante do pessoal que trabalhou tanto nesses filmes e que ajudou a fazer deles o sucesso que acabaram sendo."

Para o terceiro filme, o produtor e diretor encorajou os roteiristas Ted Elliott e Terry Rossio a forçarem ainda mais o limite indo mais além… bem, literalmente, para o fim do mundo. "O que estabelecemos como meta para nós mesmos com Jerry, Gore, Johnny e todos os outros", conta Elliott, "foi descobrir um jeito de fazer mais dois filmes que partissem do primeiro, mas que ainda assim fossem únicos isoladamente. O que tivemos que fazer com cada um deles foi - tão rápido quanto possível e sempre dentro da história - satisfazer as expectativas. E depois partimos para o desafio de ultrapassar isso e criar acontecimentos que as pessoas jamais esperassem ver. O que não é nada fácil."

"Em termos gerais, o tema que abordamos em No Fim do Mundo (At World's End)," explica Terry Rossio, "é a essência do que é realmente necessário para se ser uma boa pessoa; e cada pessoa enfrenta essa luta. Nós abraçamos o conceito de que todos os filmes do gênero pirata são sobre ambigüidade moral, e que pessoas boas podem ser forçadas a se envolver em circunstâncias em que elas acabem fazendo algo ruim. Então, do ponto de vista de cada personagem, todos eles têm que passar por esse desafio, essa transformação, enfrentar sua própria capacidade de realizar algo com que não se sintam à vontade para fazer, e ter que fazer escolhas realmente difíceis. Nesse sentido, cada personagem da história tem um momento perverso em determinado ponto do filme."
"Nunca há confiança alguma entre qualquer dos personagens no filme", acrescenta Jerry Bruckheimer. "Há sempre um plano tortuoso para beneficiar seus próprios interesses. No Fim do Mundo (At World's End) é um filme sobre quem vai acabar onde, quando e como; e é uma disputa constante."

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Mais uma vez, a exemplo do que ocorreu nos dois primeiros filmes, Elliott e Rossio foram presenças constantes no set, do Caribe a Hollywood e mais além. "A contribuição deles foi imensa", diz Bruckheimer, "porque eles trabalhavam com Gore e os atores diretamente no set, para garantir que tudo estivesse correto para o filme e para seus personagens."

"Escrever um roteiro é de fato uma arte", explica Bruckheimer. "Nos idos anos 1930 e 40, Hollywood decidiu dar uma oportunidade a jornalistas, romancistas, qualquer um que fosse capaz de escrever e muitos deles se saíram mal ao redigir um roteiro, que é uma forma de arte bastante diferente. Ted e Terry são mestres nesta arte. Eles amam filmes antigos e novos. Eles controlam tudo que acontece no filme. Sabem bem o que é necessário para criar um grande personagem, porque estudaram e trabalham nisso há muitos anos. E eles são atualizados. Ted e Terry pegam as premissas convencionais dos filmes do gênero pirata que parecem ultrapassadas e clichês, e viram tudo do avesso, de modo a torná-las interessantes e novas. Com Gore, eles reinventaram completamente, do ponto de vista cinematográfico, o gênero pirata."

A abrangência geográfica da história se expande desde a antiga Cingapura até reinos míticos mais além, novos personagens são apresentados, tais como o pirata chinês capitão Sao Feng e um personagem crucial que foi trazido de volta: o capitão Barbossa, que retornou recentemente do outro lado do mundo - desta vez em uma desconfortável aliança com seu antigo inimigo Jack Sparrow, contra a armada da Companhia das Índias Orientais. Nós também conhecemos a Confraria Internacional de Piratas em seu esconderijo na Cidade dos Náufragos, uma galeria de piratas trapaceiros oriundos dos sete mares, incluindo o Guardião do Código, capitão Teague, interpretado por ninguém menos que Keith Richards, o imortal guitarrista dos Rolling Stones. Também retornando do primeiro filme estão Murtogg e Mullroy, os dois soldados britânicos mais obtusos do século 18.

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Fazendo uso da famosa atração Piratas do Caribe do parque temático da Disney (a última de que o próprio Walt Disney participou pessoalmente da criação) como ponto de partida, Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra (Pirates of the Caribbean: The Curse of the Black Pearl), desafiando algumas expectativas pouquíssimo entusiasmadas para "um filme baseado em uma atração de parque temático", foi um tremendo sucesso em todas os territórios em que foi exibido desde sua estréia no dia 9 de julho de 2003, totalizando um faturamento bruto, apenas nos Estados Unidos de US$305.413.918 e, incluindo os lançamentos internacionais - que bateram todos os recordes - atingiu um total mundial de US$653.913.918. O filme também recebeu cinco indicações ao Oscar®, incluindo a de Melhor Ator para Johnny Depp. O primeiro filme Piratas foi tão bem-sucedido que a atração do parque temático, Piratas do Caribe, foi remodelada pela Walt Disney Imagineering tanto na Disneylândia, em Anaheim como na Walt Disney World, em Orlando, na Flórida - a tempo da estréia de O Baú da Morte (Dead Man's Chest), de forma que os personagens do filme, incluindo os capitães Jack Sparrow e Barbossa, bem como Davy Jones, foram criteriosamente inseridos de maneira a resguardar o que fez com que a atração original se tornasse a favorita absoluta entre os visitantes do parque… com a esperança, é claro, de que o segundo filme iria, pelo menos, equiparar-se ao primeiro em popularidade.

Todos os cineastas sabiam que o público, apesar de ter ficado empolgado com os dois primeiros filmes, iria, sem sombra de dúvida, atrás de um fator "surpresa" no terceiro filme. E eles estavam inteiramente preparados para corresponder às expectativas. "Nós queríamos contar uma história que fosse uma batalha épica entre a liberdade e o conformismo", diz o produtor executivo Mike Stenson. "Uma questão fundamental do filme é: 'por que deveríamos gostar de piratas?' Isso de fato nos remete ao sentimento infantil de querer ser um pirata... de querer fazer algo relativo à liberdade, à ausência de regras, e não ter que lidar com autoridade. Conforme vamos crescendo, temos que lidar com mais e mais questões que envolvem autoridade e conformismo… mas isso não significa que em uma noite de sexta-feira você não queira deixar o terno e a gravata de lado e passar algumas horas experimentando aquela versão mais sombria, independente e fanfarrona de você mesmo. Que é o que eu acho que traz à tona a paixão das pessoas por esses filmes."

"O primeiro filme não ficou nem na lista preliminar dos dez mais do verão", acrescenta o produtor executivo Chad Oman da Jerry Bruckheimer Films. "Então O Baú da Morte (Dead Man's Chest) faturou o dobro do que esperávamos, o que foi bastante surpreendente. O problema é nos dar conta, depois das comemorações, do que realmente teríamos que fazer em No Fim do Mundo (At World's End).'"

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Depois do enorme sucesso de bilheteria de O Baú da Morte (Dead Man's Chest) em todo o mundo, os astros do filme ainda estavam processando seu impacto. "Sabe, foi chocante", admite Johnny Depp. "Eu ainda estou meio atordoado com o fato de tantas pessoas de tantos cantos do planeta terem recebido tão bem os filmes e o capitão Jack, e de várias formas meio que se apropriaram do personagem. Nunca me aconteceu nada nem parecido com isso antes, mas o que aconteceu com Piratas não aconteceu com muita gente. É muito, muito comovente e emocionante, a idéia de que as pessoas sintam uma ligação tão forte com o capitão Jack. Quer dizer, ver essas criancinhas vestidas como o personagem, falando como ele. É simplesmente incrível", confessa o ator.

Depp ficou entusiasmado de continuar a desenvolver a jornada do capitão Jack em No Fim do Mundo (At World's End). "Quando vimos Jack pela última vez em O Baú da Morte (Dead Man's Chest)", segue explicando Depp: "ele estava se debatendo na boca do Kraken, e quando nós o vemos novamente em No Fim do Mundo (At the World's End), ele está nos Domínios de Davy Jones, que é um conceito de além-purgatório, uma espécie de inferno em que ele se vê cercado por ele mesmo. Achei realmente brilhante a idéia de levar esse cara para lá e não obrigá-lo a encarar seus demônios, mas sim as várias facetas de sua própria personalidade."

"É uma idéia interessante o fato de Jack Sparrow ter um momento de honestidade que muito provavelmente pode ser a sua destruição", acrescenta o roteirista Ted Elliott. "Ele diz isso no primeiro filme - na verdade acontece no segundo filme -, e neste terceiro filme Jack diz: 'Olha, eu desisti dessa história toda de ter um lado honesto porque todos nós vimos para onde esse lado me levou.' Esta se torna a batalha de Jack ao longo da jornada… o que você está disposto a fazer para conseguir o que quer?"

"Johnny Depp é um ator muito surpreendente, singular e nem um pouco convencional", acrescenta Jerry Bruckheimer, "que cria personagens originais memoráveis pelos quais o público simplesmente se apaixona. O capitão Jack era algo diferente de tudo que o público já havia visto nas telas, um personagem bêbado e fanfarrão muitas vezes quase incapaz de se manter de pé, mas tão esperto e inteligente que invariavelmente leva vantagem sobre todos que o cercam. E Johnny faz isso em todos os filmes. Esteja ele interpretando Willy Wonka em A Fantástica Fábrica de Chocolate (Charlie and the Chocolate Factory), J.M. Barrie em Em Busca da Terra do Nunca (Finding Neverland) ou Donnie Brasco, ele cria algo tão indelével que fica muito difícil de entender como ele cria essa mágica."

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Geoffrey Rush, fã declarado dos três filmes, ficou realmente encantado com a oportunidade de mais uma vez se transformar no capitão Barbossa. "Eu sempre achei que O Baú da Morte (Dead Man's Chest) e At World's End (No Fim do Mundo) fossem na verdade um único grande filme, com um intervalo instigante entre eles", observa Rush, que segue contando: "Eu digo isso de forma bem egoísta, porque eu não faço nada no segundo filme. Eu estou morto. Mas tenho uma fantástica aparição no fim do filme. No Fim do Mundo (At World's End) galvaniza 15 tramas principais que foram sendo pinceladas ao longo do primeiro e do segundo filmes e meio que as resgata.
"Há uma mudança na personalidade de Barbossa no terceiro filme", continua Rush. "Eu acho que em No Baú da Morte (Dead Man's Chest), Davy Jones se torna o vilão ou a força maligna no centro do filme por Barbossa estar ausente. Quando ele ressurge, na verdade ele retorna como uma espécie de político - o que é ótimo para mim porque isso acabou significando que eu não tinha que fazer as mesmas coisas, e nem trilharia a mesma linha dramática como fiz no primeiro filme, que foi principalmente rivalizar com Jack. Quer dizer, isso certamente ainda está presente, mas meu trabalho em No Fim do Mundo (At World's End) é garantir que a verdadeira herança romântica dos piratas, como uma fraternidade errante no mar, mantenha sua identidade contra esse cruel mundo corporativo da Companhia das Índias Orientais que quer acabar com eles. Então eu me tornei um grande manipulador e acho que as conhecidas características de Barbossa de trair e forçar as pessoas a fazerem coisas que elas não querem fazer, é o modo como ele age."

"Nós todos continuamos nos mesmos personagens", acrescenta Orlando Bloom, "mas, felizmente, eles se desenvolvem neste terceiro filme. Will Turner definitivamente mostra mais algumas facetas. No segundo filme, o grande conflito de Will é a escolha entre seu pai e seu amor por Elizabeth. Ele não só quer o bolo, mas também quer comê-lo. Ele quer resgatar seu pai Bootstrap Bill e também quer ficar com a garota que ama, mas as duas coisas são opostas e incompatíveis.

"Quando No Fim do Mundo (At the World's End) começa", segue contando Bloom: "Will adotou o código pirata que ele tanto repudiava no começo de A Maldição do Pérola Negra (The Curse of the Black Pearl), visando seus próprios propósitos. Foi feita uma promessa de que ele salvaria a vida de seu pai e Will tentará e fará tudo que puder para cumprir a promessa, não se esquecendo de que ele ainda ama Elizabeth e que quer tê-la de volta em sua vida. O terceiro filme revela a verdadeira natureza de todos os personagens e é ótimo embarcar em uma jornada com Will na qual você não está bem certo a direção que ele irá tomar."

"Elizabeth sente uma certa dose de culpa por ter entregado Jack para o Kraken no final de O Baú da Morte (Dead Man's Chest)", diz Keira Knightley, sobre seu personagem cada vez mais determinado e seguro de si, "mas acho que foi algo que tinha que ser feito naquele momento." Mas aí ela descobre que, na verdade, o que eles realmente precisam fazer é salvá-lo. Neste ponto da história, Elizabeth é certamente bem mais do que a garota que era apenas uma mera espectadora. Foi maravilhoso interpretar uma garota forte e interessante e que não tem medo de encarar uma briga."

"Keira se tornou uma mulher ao longo da realização desses três filmes", observa Jerry Bruckheimer, "e Elizabeth é um personagem extremamente astuto. Ela começa como a filha mimada de um governador rico e, ao longo da história, torna-se uma mulher que rompe padrões sociais e se transforma em uma lutadora tão feroz e competitiva quanto Will e o capitão Jack."

Toda Saga deve Ter um Começo....

…E para No Fim do Mundo (At World's End) esse começo foi em 6 de abril de 2005, quando as primeiras cenas do filme foram rodadas no cenário de Tortuga, construído pelo desenhista de produção Rick Heinrichs, em Wallilabou Bay, na bela e paradisíaca ilha de São Vicente, dando ao pequenino país a possibilidade de acolher todos os filmes Piratas. E, ironicamente, a seqüência foi um dos momentos finais do filme. É claro que a filmagem dessa cena foi feita simultaneamente à filmagem de O Baú da Morte (Dead Man's Chest), e é uma dúvida se o desafio de produzir e dirigir não um, mas dois filmes de escala épica poderia ter sido mais assustador para Jerry Bruckheimer e Gore Verbinski, as equipes de produção e o elenco. Mas a questão foi que eles foram capazes, e de ainda mais. "Sempre que se faz um filme é um desafio", diz Bruckheimer. "Mas quando você tenta se preparar para fazer dois filmes ao mesmo tempo, torna-se um desafio sério. Não se tem o tempo de preparação necessário para o segundo filme, muito menos para o primeiro."

"Mas do ponto de vista dos produtores", continua ele: "era o único modo de fazer o segundo e o terceiro filme Piratas. Você tem Gore Verbinski, que é um astro da direção, baseado no primeiro filme e em seus outros trabalhos. Você tem Johnny Depp, que já é um astro há anos, mas que conquistou o grande público em A Maldição do Pérola Negra (The Curse of the Black Pearl). Você tem Orlando Bloom, que floresceu mesmo antes do primeiro Piratas e se tornou um superastro depois que o filme foi lançado. E então você tem Keira Knightley, que merecidamente vem se tornando uma jovem atriz fenomenal. Para ter todos eles juntos em dois filmes, caso fossem feitos separadamente, seriam três ou quatro anos de intervalo entre os dois, até que se conseguisse combinar as diversas agendas e se arrumasse tempo para fazer todos os acordos e tudo mais. Reservar o tempo deles para dois filmes consecutivos, assim como o de Gore e dos roteiristas, Ted e Terry - além de manter o restante da equipe - significou que este era o único modo de se fazer isso."

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