Em 1978, o diretor Richard Donner, juntamente com o ator Christopher Reeve, fizeram o que é considerada a primeira adaptação hollywoodiana de um super-herói de histórias em quadrinhos: “Superman – O Filme”. Nos anos que se seguiram; em 1980, 1983 e 1987; foram realizadas mais três longas sobre o Homem de Aço (sendo os dois últimos execráveis).
No fim da década de 1980, foi a vez de Batman estrelar o seu filme com a pompa que os estúdios de Hollywood puderam lhe oferecer. Para a empreitada fora escalado o diretor Tim Burton, que antes só tinha um sucesso, “Os Fantasmas Se Divertem”. O seu estilo gótico caiu como uma luva para o Homem-Morcego. Para o papel de vilão do filme, no caso o Coringa, ele pôde ter à sua disponibilidade uma das maiores lendas vivas do cinema: Jack Nicholson. Praticamente, o Coringa roubou o filme do Batman.
O sucesso de Batman garantiu uma seqüência em 1992, “Batman – O Retorno”. Novamente com Tim na direção, Michael Keaton como Bruce Wayne e com mais duas estrelas na película: Danny DeVito como Pingüim e Michelle Pfeiffer no papel de Mulher-Gato. De fato, um filme tão sombrio quanto o original, sem perder a qualidade. Aí, em 1995 sai Burton e entra aquele que é conhecido mundialmente por achincalhar com o Batman no cinema: Joel Schumacher. Em “Batman Eternamente”, ele fez coisas que nem o Ed Wood seria capaz de pensar. Um exemplo: aquela cena em que o Batmóvel dispara uma corda e praticamente escala a parede. Inveja de um certo aracnídeo? Sem falar no seu comando sobre a atuação dos personagens: ao mesmo tempo em que temos um Bruce Wayne apático (Val Kilmer), temos também um Charada que faz “caras e bocas” demais (Jim Carrey). Deste longa, na minha opinião, o que escapa é a trilha sonora com U2, Seal (a linda “Kiss From A Rose”), The Offspring e outros.
Após dois anos, Joel consegue a proeza de fazer um trabalho muito pior, o antológico (de tão ruim) “Batman & Robin”. Só sei que este filme foi o golpe de misericórdia para a WB não se aventurar a fazer adaptações de Batman ou outros personagens para o cinema. Pelo menos, em 20 anos, a DC conseguiu lançar oito adaptações de seus dois principais personagens. E a Marvel? Somente a ver navios, até chegarmos ao ano 2000.
No último ano do século XX, Bryan Singer dá o pontapé inicial para a ascensão da Marvel Comics no cinema: “X-Men – O Filme”. O sucesso do filme dos mutantes foi a garantia de que era hora da rival da DC apostar em franquias baseadas em seus personagens. Em 2002, foi a vez de seu mais popular personagem ir às telonas: “Homem-Aranha”. O filme quebrou recordes, na época, que nem a própria editora e a Sony imaginavam ser capaz. Sam Raimi conseguiu uma proeza que pode ser equiparada a de Donner, na época do primeiro Superman: tornar a história de um super-herói de HQ em um verdadeiro épico da era contemporânea.
Nos anos que se seguiram pelo século XXI, a “Casa das Idéias”, em parceria com os estúdios de Hollywood, conseguiu transportar para o cinema seus super-heróis a todo vapor. Em produções que vão ficar na memória dos fãs mais ardorosos, no caso “X-Men 2” e “Homem-Aranha 2”, só para citar exemplos, e em outras que é melhor nem lembrar: “Hulk” do Ang Lee, “Elektra”, “O Justiceiro” entre outros. Mesmo assim, em menos de dez anos, a Marvel conseguiu produzir mais filmes (consequentemente obter mais dinheiro) do que a sua rival DC Comics. E agora, com os lucros obtidos, foi criada a Marvel Studios, sua própria produtora, responsável em realizar seus próprios filmes, como “Homem de Ferro” e “O Incrível Hulk”. E a DC? Em uma surpreendente reviravolta, ficou olhando de longe a Marvel levar a melhor.
A editora, numa tentativa vã, tentou começar a revidar. Em 2004, foi lançado “Mulher-Gato”. Nem preciso relatar o resultado disso. Já em 2005, a WB nos presenteou com o triunfal retorno do Morcegão em “Batman Begins” (desculpem-me os fãs dos filmes do Tim Burton, mas, para mim, o Batman começa verdadeiramente no cinema com o filme de Nolan). E que retornou este ano com “Batman – O Cavaleiro das Trevas”. Em 2006, foi a vez de seu maior super-herói voltar a dar as caras. Em “Superman – O Retorno”, Singer tentou dar novo animo ao Homem de Aço, mas o resultado foi abaixo das expectativas. Entretanto, uma seqüência já está garantida.
No fim das contas, após exatos trintas anos após “Superman – O Filme”, o saldo se mostra, com larga vantagem, favorável a Marvel, embora esta tenha começado tardiamente. A DC, que tinha a pretensão de levar “Liga da Justiça” às telonas em 2009 – o projeto volta e meia retorna à prancheta – decidiu não viver mais só de Batman e Superman. A editora está começando a apostar em outros super-heróis em filmes solos. O projeto sobre um longa do Flash voltou a ser mencionado, já tendo como diretor David Dobkin (Penetras Bons de Bico). Também um filme do Lanterna Verde sob o comando de Greg Berlanti e a mais recente novidade: uma possível adaptação do Homem-Borracha na mão dos Irmãos Wachowski, com Keanu Reeves como protagonista, pode se tornar realidade. Bom, no mais, é esperar para ver se a DC começa a despertar o interesse do público pelos seus personagens no cinema (pois a essa altura é difícil chegar perto da Marvel). E nisso, aproveito e pergunto: cadê o filme da Mulher-Maravilha?
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