sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Líder na disputa do Oscar, 'O discurso do rei' é ameaçado por polêmica

“O discurso do rei” chega aos cinemas nesta sexta-feira (11) ostentando o título de líder em número de indicações do Oscar 2011, que será entregue dia 27. Mas a produção britânica, que concorre a 12 estatuetas, pode ter seu reinado ameaçado por uma recente polêmica que brota nos bastidores da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, ligando seu protagonista, o rei George VI, ao nazismo.

Colin Firth em cena de 'O discurso do rei' (Foto: Divulgação/Divulgação)
Colin Firth em cena de 'O discurso do rei'.

O longa de Tom Hooper conta a história da amizade entre o monarca gago, interpretado por Colin Firth, favorito ao Oscar de melhor ator, e seu excêntrico terapeuta da fala, vivido por Geoffrey Rush, que concorre ao prêmio como coadjuvante. E é a atuação da dupla principal que garante a "O discurso do rei" seu sucesso.

Mas, nos bastidores do Oscar, um email anônimo circula entre os membros da Academia alertando para indícios de que o rei era antissemita e simpatizante das ideias de Adolf Hitler. Segundo o email, que cita trechos de documentos oficiais, essa seria “uma verdade histórica que não pode ser encoberta” e que é completamente ignorada no filme “O discurso do rei”.

Por tocar o antissemitismo, questão sabidamente sensível à Academia, que tem um grande número de judeus como membros, o longa-metragem pode ser rejeitado por muitos votantes e acabar decepcionando na cerimônia do Oscar. Os produtores saem em defesa do filme, argumentando que o roteiro foi escrito por David Seidler, um judeu que teve familiares mortos no Holocausto.

Vantagens na disputa do Oscar
A seu favor, “O discurso do rei” traz a atuação marcante do protagonista Colin Firth, que interpreta o rei gago que não queria assumir o trono e acabou colocando a Inglaterra na Segunda Guerra e mudando o destino do mundo.

Também amplamente elogiadas são as performances dos coadjuvantes Helena Bonham Carter e Geoffrey Rush, ambos indicados ao Oscar. Bonham Carter faz a rainha Elizabeth - mãe da atual monarca inglesa -, e Rush vive Lionel Logue, um terapeuta da fala de métodos esquisitos que consegue ajudar George VI a superar a gagueira e conquistar seu espaço na história mundial.

Conta pontos ainda o fato de que o filme humaniza figuras históricas como George VI e Elizabeth, fazendo um retrato intimista e sensível de personagens que antes eram relegados à frieza dos livros didáticos. A mesma estratégia está presente em “A rainha” (2006), do diretor Stephen Frears, que rendeu à veterana Helen Mirren o Oscar de melhor atriz.

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