OS DESTAQUES DO ANO
| 'AVATAR' Ele entrou na briga só aos 44 minutos do segundo tempo, mas quem conhece James Cameron sabe que o diretor nunca vem para brincar. Doze anos depois de fazer "Titanic", o maior sucesso de bilheterias da história, Cameron volta aos cinemas com uma megaprodução (super é pouco!) que consumiu mais de US$ 230 milhões e levou o cinema 3D e IMAX a um novo patamar de imersão. Como "Matrix" e "Parque dos dinossauros" em seu tempo, as técnicas e equipamentos de filmagens desenvolvidos por Cameron para filmar "Avatar" certamente vão fazer escola. A mensagem não poderia ser mais oportuna: o planeta corre perigo; é melhor fazermos algo logo, antes que tudo o que sobre sejam florestas tropicais em CGI. |
| 'DISTRITO 9' Um disco voador estaciona sobre os céus da... África do Sul? Fosse só por fugir da rota-clichê das invasões alienígenas no cinema - os Estados Unidos da América - , "Distrito 9" já mereceria nota dez. Mas as boas surpresas do filme não param por aí: depois que a nave dos ETs quebra, as criaturas são confinadas em uma espécie de favelão em Johanesburgo e obrigadas a revirar o lixo para sobreviver e reconstruir a sua nave. E o protagonista não é nenhum Tom Cruise mas o desconhecido Sharlto Copley, no papel de um engenheiro nerd e de moral duvidosa que não tem nada a ver com os heróis hollywoodianos. Apesar do caráter independente da produção, os efeitos especiais são de gente grande e quem assina embaixo o projeto do novato Neil Blomkamp é "só" o diretor de "O senhor dos anéis", Peter Jackson. |
| ‘UP - ALTAS AVENTURAS’ A animação da Pixar se destacou pela forma, ao mesmo tempo, inventiva e delicada com que retratou a aventura de um velhinho de 78 anos que decide viajar dos EUA à América do Sul levando sua casa pendurada em milhares de balões de festa. Dirigido por Pete Docter (de “Monstros S.A.”), o resultado é uma fantasia cheia de charme e lições de vida, com a exuberância visual que já é conhecida do estúdio, ainda mais impressionante na projeção em 3D. |
| 'SE BEBER, NÃO CASE' Como um filme de baixo orçamento e elenco desconhecido vira um fenômeno de bilheteria e conquista o título de melhor comédia do ano? A resposta está na forma honesta e extremamente engraçada com que o diretor Todd Phillips retrata a alma masculina, por meio de quatro protagonistas autênticos, que conquistam de imediato. Na trama, um grupo de amigos viaja a Las Vegas para uma despedida de solteiro, mas o que era para ser uma noite de diversão vira um verdadeiro tormento depois que um deles some. Risos garantidos para homens e mulheres. |
| 'WATCHMEN' Alan Moore nunca vai dar o braço a torcer, mas "Watchmen" é certamente a melhor adaptação de suas histórias em quadrinhos para o cinema - as outras foram "V de vingança", "Do inferno" e a sofrível "Liga dos senhores extraordinários". Comandado com fidelidade de fã por Zack Snyder, o filme é uma autêntica declaração de amor à obra original - zelosa não só nos mínimos detalhes dos cenários, enquadramentos e diálogos mas também nas pequenas mudanças de roteiro para que a história, originalmente escrita nos anos de Guerra Fria, não soasse datada demais. Contém cenas de sexo com super-heróis fantasiados e o primeiro nu frontal das adaptações das HQs no cinema. |
| '500 DIAS COM ELA' "Esta não é uma história de amor", alerta o narrador logo no início de "500 dias com ela". Com uma trama tão encantadora quanto despretensiosa, o filme mostra o encontro de Tom (Joseph Gordon-Levitt) e Summer (Zooey Deschanel), que se conhecem no trabalho e passam a namorar. Ele sonhando com um relacionamento firme e duradouro, ela aproveitando o momento, sem pensar no futuro. Sob a direção de Marc Webb, "500 dias com ela" ganha colorido especial - estreante no cinema, mas experiente diretor de videoclipes, Webb criou um visual jovem e pop, levado por uma trilha sonora caprichada, que vai de Regina Spektor a The Smiths, passando por Carla Bruni e Simon & Garfunkel. |
| 'GRAN TORINO' O filme marca a volta de Clint Eastwood ao ofício de ator, que ele havia abandonado desde "Menina de Ouro", de 2004. No filme, Eastwood repete o que vinha praticando em seus últimos longas: o envolvimento total em todas as etapas. Além de dirigir e protagonizar, ele assina a produção e a trilha sonora, inclusive cantando. Na história, Eastwood vive um solitário veterano de guerra que passa seus dias lamentando as mudanças pelas quais os EUA vêm passando desde os anos 70, o declínio da indústria automobilística e a forte presença de imigrantes. "Gran Torino" tem potencial para agradar ao grande público e vai além, com mensagens inteligentes, crítica e uma visão longe do simplismo frequente de Hollywood. |
| 'É PROIBIDO FUMAR' Rainha das novelas, Glória Pires mostra versatilidade no cinema ao encarnar uma Bridget Jones da paulicéia nesta comédia romântica marota da diretora Anna Muylaert. Surpreendentemente, ainda forma com o titã-ator Paulo Miklos um casal cheio de bossa. Tony Ramos, se eu fosse você, ficava esperto! |
| 'LÓKI' Dirigido por Paulo Henrique Fontenelle, "Lóki" reconta a controversa trajetória de Arnaldo Baptista como líder dos Mutantes e revela o drama enfrentado por ele após uma tentativa de suicídio. Com depoimentos dos antigos parceiros, de amigos,do irmão Sérgio Dias e do próprio músico, o cineasta reconstrói a história de genialidade de Baptista, que fez dos Mutantes um dos grupos mais inovadores da música brasileira, e também sua tumultuada vida pessoal, o relacionamento com Rita Lee, o uso de drogas e a dificuldade para lidar com o sucesso e a fama. O documentário vem até os dias recentes, mostrando como o músico vive, na calmaria de uma casa em Minas Gerais, seu retorno em uma série de shows e como ainda é reconhecido como ídolo por muitos. |
| 'ANTICRISTO' "Marqueteiro", "misógino", "gênio". Como quase sempre acontece quando lança um de seus filmes, o cineasta dinamarquês Lars von Trier conseguiu despertar reações inflamadas e contraditórias com o seu "Anticristo". Magistralmente fotografado, o filme conta a história de um casal que se refugia em uma cabana na floresta após a perda traumática de um filho. Perturbada, a mãe (Charlotte Gainsbourg) é submetida às provações do marido (Willem Dafoe), psicólogo, na tentativa de superar o ocorrido. Animais que falam, símbolos obscuros e cenas de mutilação genital fizeram com que muita gente saísse indignada das salas de cinema. Incomodar, não deveria ser essa uma das funções da arte? |
O MICO DO ANO
| 'OPERAÇÃO VALQUÍRIA' Depois do enorme alarde feito pela vinda de Tom Cruise ao Brasil, esperava-se bem mais de seu drama de guerra ‘Operação Valquíria’. Na trama, Cruise vive o oficial nazista Claus von Stauffenberg, responsável pela mais famosa tentativa de matar Adolf Hitler. A superprodução de Bryan Singer tenta reconstituir passo a passo o episódio histórico, mas peca por emendar um clichê no outro e ceder cegamente aos impulsos vaidosos de Cruise, que certamente não são poucos. Um fiasco típico de um astro que parece não aceitar sua própria decadência. |
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