domingo, 20 de setembro de 2009

‘Cinema é fonte da juventude’, diz autor de ‘1001 filmes para ver antes de morrer’

Foto: Divulgação

Capa do livro '1001 filmes para ver antes de morrer'.

Há cerca de cinco anos, o pesquisador de cinema Steven Jay Schneider recebeu uma missão e tanto de uma editora britânica: eleger os 1001 filmes mais importantes da história da sétima arte para editar um livro. “Foi um longo processo de escolhas, que me fez perder muitas noites de sono, o grande desafio era chegar a uma seleção equilibrada em termos históricos e globais sem esquecer da cultura pop”, conta o autor americano em entrevista ao G1.

O resultado da compilação é “1001 filmes para ver antes de morrer”, que trouxe Schneider ao Brasil esta semana para participar da Bienal do Livro do Rio. “Estou apaixonado por este país; estar aqui é melhor do que assistir a qualquer filme”, brinca o pesquisador, mestre em Estudos de Cinema e Filosofia pela Universidade de Nova York e Harvard.

Aos 35 anos, Schneider ainda se vê longe da morte, mas afirma que já cumpriu a gigantesca missão proposta em seu livro. “Assisti aos 1001 filmes da lista e pretendo vê-los de novo muitas vezes. O cinema mantém a mente jovem, é a fonte da juventude”, diz.

Agora, o autor trabalha em uma reedição atualizada da publicação, com filmes lançados após 2007, que ficaram de fora. Ele adianta alguns títulos recentes que devem integrar a seleção: a ficção científica “District 9”, produzida por Peter Jackson, e o drama “Controle”, cinebiografia do vocalista da banda Joy Division. “São novos clássicos”, afirma.

Leia abaixo trechos da entrevista com o autor de “1001 filmes para ver antes de morrer”.

G1 – Como surgiu a ideia do livro?
Steven Jay Schneider –
Há cerca de cinco anos, eu fui abordado por uma companhia britânica, e achei que era uma ideia maravilhosa. 1001 filmes parece muito, mas se você pensar nas milhares de obras realizadas em quase 120 anos de história do cinema vê que na verdade é pouco. Foi um longo processo de escolhas, que me fez perder muitas noites de sono.

G1 - Como foi o processo de pesquisa?
Schneider -
O grande desafio era chegar a uma seleção equilibrada em termos históricos e globais sem esquecer da cultura pop. Cresci vendo ‘Star Wars’ e lendo histórias em quadrinhos, não posso negar essas referências. Primeiro fiz uma pré-seleção de 2 mil filmes, depois cortei para cerca de 1.200. E foi aí que começou a ficar realmente difícil de escolher.

G1 – Você viu todos os 1001 filmes que cita no livro?
Schneider –
Sim, todos. E pretendo vê-los de novo muitas vezes. O cinema enriquece a vida e mantém a mente jovem, é a fonte da juventude. Filmes podem fazer de qualquer um uma pessoa mais feliz, tanto as histórias leves e engraçadas, que servem para tirar a gente um pouco da realidade, quanto aquelas mais cerebrais, que nos ajudam a refletir sobre nossa própria existência.

G1 – Tem algum filme que você entrou em crise por ter de cortar da lista? Schneider – Sim, vários filmes de terror. Eu sou completamente fã do gênero, gosto daqueles mais obscuros e sangrentos. Mas tive de deixa-los de fora, porque eles não são muito populares. Um exemplo são os filmes do Zé do Caixão, que eu amo, mas não pude incluir porque muita gente não conhece.

G1 – Entre os 1001 filmes listados há menos de dez brasileiros. Como você vê o cinema brasileiro no contexto da história da sétima arte?
Schneider –
Tentei incluir no livro o máximo de obras-primas de diversas cinematografias do mundo, mas infelizmente tinha de dar prioridade àqueles filmes que são acessíveis ao público nos EUA e no Reino Unido. Com certeza o cinema brasileiro merecia ser representado de forma mais profunda. Senti falta de obras do Cinema Novo e do cinema mudo brasileiro, que é muito bom, mas enquanto não tiver DVDs desses filmes lançados internacionalmente, não poderia incluir.

G1 – O livro apresenta os filmes cronologicamente e vai até 2007. Quais longas-metragens lançados de lá para cá mereceriam entrar para a seleção?
Schneider –
Já estou trabalhando em uma reedição atualizada do livro, justamente para incluir os lançamentos mais recentes. Eu citaria “District 9”, que chegou aos cinemas americanos este ano, e “Controle”, sobre o cantor do Joy Division. São novos clássicos.

G1 – Esta é a sua primeira visita ao Brasil? Você está curtindo participar da Bienal?
Schneider –
Estou amando o Rio, é uma cidade fantástica. Estou apaixonado por este país; estar aqui é melhor do que assistir a qualquer filme.

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