segunda-feira, 17 de março de 2008

A Última Legião

Direção: Doug Lefler.
Elenco/Vozes: Collin Firth, Sir Ben Kingsley, John Hanna, Aishwarya Rai, Kevin McKidd.

Tem certos filmes com crianças que eu realmente odeio. Lógico que muitos casos se salvam, mas quando falamos de um filme de ação onde a criança é “protagonista” e não refém fica nitido que alguma coisa está errada. Até hoje acredito que o sucesso de Senhor dos Anéis no cinema não foi repetido por que todos os protagonistas dos filmes são crianças. Com exceção de alguns casos, como a cinesérie Harry Potter (apesar do primeiro ser muito bobo) a maioria, incluso nesses casos este “A Última Legião” é de uma chatisse e de uma falsidade no desenvolvimento da criança que é impressionante.

O filme conta a história do herdeiro de Cesar, que devido a instabilidade de Roma naquele periodo vai ficar sob a guarda do general Aurelius (Colin Firth) para que seu crescimento seja preservado e que se torne o imperador. Além disso conhecemos seu tutor, interpretado por Sir Ben Kingsley, que é o guardião do segredo de uma espada secreta, feita para Julio Cesar de metal vindo do espaço.

Como pode se esperar tudo da errado, o jovem é sequestrado e deve ser resgatado pelos soldados sobreviventes de Aurelius, gerando a partir dai uma viagem até a Britania, a visita a muralha de Adriano e o encontro com a ultima legião do filme. A, esqueci de contar, esse filme é feito para contar a história da lenda de Excalibur, e não necessáriamente do rei Arthur como esta escrito de forma estranha no poster nacional do filme (”O surgimento da lenda do rei Arthur”).

Com personagens chatos, todos aparentemente desinteressados, e algumas interpretações estranhas o filme parece uma montanha russa de acontecimentos e situações clichês, algumas delas que eu vou comentar aqui. A personagem de Ben Kingsley (sem nome) em um momento da trama será “expulsa” de Roma por que é necessário que desempenhe um papel fundamental na sobrevivência do jovem César em um futuro próximo, porém o relacionamento dele com o pai do menino é ridículo, me
fazendo pensar que o pai era o vilão do filme, já que aparece sempre brigando ou afastando o filho do seu tutor. Não seria mais interessante para o menino que o pai fosse uma pessoa boa, e que o seu tutor após ter ensinado tudo o que podia se afastar para continuar pela busca da espada. A coincidencia seria até melhor e sentiriamos o efeito do ataque contra a vila de Cesar de uma maneira mais pessoal.

Outro clichê idiota é a cena do ataque contra a muralha de Adriano no último ato do filme, e foi nessa cena que eu tive vontade de matar Cesar. Ele sai de dentro da muralha, onde estavam ocorrendo lutas naturalmente, porém era um ambiente mais seguro do que ele ir para fora e ficar no meio do exército inimigo, sendo necessário esse subterfúgio sem explicação nenhuma somente para que houvesse a famosa luta final.

Já malhei bastante o roteiro então sigo para as interpretações. Colin Firth discursando para seu exército em cena imortalizada e copiada inumeras vezes depois de Coração Valente me deu vontade de chorar, só comparável ao Batman sem voz de Val Kilmer. Se ele fosse meu comandante com aquele pulso que ele demonstra em cena eu teria certeza que perderiamos a batalha. Será que é necessário passar por isso por alguns dólares, ou sera que a pessoa que seleciona o elenco e o diretor não consegue enxergar que ele não serve para filme de ação, pelo menos para esse tipo.

Ben Kingsley como o mágico tutor está no padrão normal de salvador e guia, papel imortalizado ultimamente por Lian Nesson, porém não prejudica mais o que já esta muito ruim. Por último Kevin Mckidd que interpreta exatamente Lucios Vorenos da telesérie Roma, porém dessa vez do lado dos nórdicos, vilão e com mais barba.

Não tem o que falar desse filme, a não ser que gastei dinheiro a toa. Só como curiosidade Aurélia, o feminino de Aurelius, é o nome da personagem portuguesa que Colin Firth se apaixona no filme Simplemente Amor.

Nenhum comentário: